segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Estágios e mercado de trabalho

Roseanne Azevedo de Albuquerque | Superintende do IEL-RN

O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) é uma instituição, sem fins lucrativos, integrante do Sistema FIERN (Federação das Indústrias do Estado do RN). Sua missão é contribuir para o desenvolvimento do Estado, realizando a interação entre o universo do conhecimento (as instituições de ensino médio, técnico profissionalizante e superior) e o setor produtivo (as empresas).

O IEL atua em duas frentes, prestando serviços de Desenvolvimento Empresarial – na capacitação, gestão, inovação e consultoria nas empresas – e na Educação. Este segundo item promove a inserção de jovens no mercado de trabalho através de estágios. ACESSO bateu um papo com Roseanne Azevedo de Albuquerque, superintendente do IEL no Rio Grande do Norte, para saber como o Instituto funciona.

Como funciona o trabalho do IEL?
O IEL funciona como uma ponte entre o mundo produtivo e o mundo do conhecimento. Tanto levando soluções para as empresas nas instituições de ensino como também este conhecimento até as instituições. O estágio é um dos mecanismos em que atuamos para concretizar nossa missão. De acordo com a própria lei, o estágio é um ato educativo que ajuda no processo de formação do estudante. Dentro dos estágios existe as bolsas BITEC, que são bolsas de iniciação científica, cujo edital será lançado brevemente.

Quem pode participar dos processos de seleção para estágio do IEL e como fazer isso?
Os estágios oferecidos pelo IEL são direcionados a estudantes do ensino técnico profissionalizante e de qualquer curso do ensino superior, que tenham mais de 16 anos. Aualmente não estamos trabalhando com o ensino médio porque é preciso haver uma mudança no seu plano de ensino, onde o estágio seja implantado como um componente curricular. Os interessados devem primeiro se cadastrar no IEL, através da internet (www.rn.iel.org.br) ou presencialmente nas sedes do IEL em Natal, Mossoró ou Caicó. O quadro de vagas, atualizado diariamente, está disponível nestes locais e no site do IEL. Quem determina o período do curso que os alunos estarão aptos a estagiar são as próprias instituições de ensino, através de seus planos de cursos.

Qual a função do estágio na formação dos estudantes?
O estágio tem uma importante função educativa. É uma grande a oportunidade do estudante ver na prática aquilo que ele aprende no seu curso e facilita sua inserção no mercado de trabalho. Neste sentido o IEL oferece um grande diferencial que é a certificação do nosso trabalho. Nós temos o certificado ISO 9001 que garante a melhoria e o constante aperfeiçoamento dos processos. Para que o estágio cumpra seu papel tem que haver um casamento. A empresa precisa de estagiários e o aluno está cadastrado, então o perfil do estágio que a empresa oferece tem que casar com o curso que o aluno está fazendo. Dependendo desse perfil e do que a empresa está precisando, então há o encaminhamento dos candidatos ao estágio para a empresa.

O IEL possui sede apenas em Natal, Mossoró e Caicó, isso significa que só instituições e estudantes dessas cidades podem participar de estágios via IEL?
Não. Estudantes e empresas de cidades próximas a esses pólos podem buscar a parceria com o IEL. Não quer dizer que porque o IEL não tem um escritório em determinada cidade a gente não possa oferecer o estágio.

Como surgem as vagas? O IEL fica aguardando que as empresas se cadastrem?
Na verdade tanto as empresas procuram o IEL, como nós procuramos elas para oferecer vagas aos estudantes cadastrados. Se a empresa está precisando de um estudante de administração ou de engenharia nós encaminhamos justamente este aluno. Isso caracteriza o ato educativo. Não existe a possibilidade de nós colocarmos o aluno em uma empresa ou em um perfil que não seja do curso dele, porque não estaríamos contribuindo com nada, além de estarmos desobedecendo a lei.

O que mudou com a implementação da nova lei do estágio que está em vigor desde 2008?
A lei assustou um pouco, mas hoje, a conscientização das empresas tem sido trabalhada e está muito melhor. O IEL trabalha sempre nessa linha de contribuir na formação do aluno. A responsabilidade pelo estagiário é da instituição de ensino, da empresa, do IEL e do aluno também. Ele precisa ter consciência de que o estágio não é um emprego, é um ato educativo muito importante para sua formação profissional.

Fora o perfil do curso do estudante, quais são as características pessoais que as empresas procuram nos candidatos a estagiários?
De modo geral, o perfil que as empresas buscam, seja de um estagiário ou de um funcionário, é a proatividade, a iniciativa e um bom relacionamento interpessoal, porque tudo isso facilita a aprendizagem. E o interessante do estágio para a empresa é que há uma grande possibilidade de se descobrir talentos. Os estagiários já aprendem desde cedo qual é a missão da empresa, já conhece alguns processos e qual é a cultura da empresa. Então o estágio muitas vezes é uma mina de talentos. Para o empreendimento que compreende o papel do estágio isso é muito importante.

E como anda o cenário das contratações? Como você avalia isso?
Muitos estagiários são contratados pelas empresas. Um estagiário que se destaca, como em todo lugar do mundo, se você é uma pessoa que tem curiosidade, se você é uma pessoa que procura, que quer aprender dentro da sua área, as empresas absorvem essas pessoas. Depende muito da pessoa, da sua postura, da sua criatividade, da sua curiosidade, esses ficam nas empresas.

Os estagiários aproveitam bem os estágios?
Não há um percentual de aproveitamento dos alunos, até porque a aprendizagem é algo muito particular, mas o estágio é uma grande oportunidade. Não só de emprego, mas também de aprendizagem, de você conhecer as estratégias e a missão de uma empresa e de seus processos. Mesmo que não seja contratado na empresa em que esteja estagiando, ele terá uma noção da vida na empresa, já saberá como funciona o trabalho em equipe, o que é uma chefia e uma liderança. Ele já vivenciou como funciona o mundo do trabalho.

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